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Dólar recua e Ibovespa cai abaixo dos 140 mil pontos, com dados dos EUA e julgamento de Bolsonaro

O dólar fechou em queda de 0,resultado da quina do dia 2 de fevereiro40% nesta quarta-feira (3), cotado a R$ 5,4524. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda de 0,34%, aos 139.864 pontos.

No Brasil, investidores acompanham nesta quarta-feira o segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). No exterior, o foco está na divulga??o de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

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?? Hoje, a Primeira Turma do STF retomou o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado em 2023.

O mercado tem demonstrado preocupa??o à possibilidade de que uma eventual condena??o do ex-presidente leve o governo de Donald Trump a adotar novas medidas contra o Brasil.

?? Esse receio teve impacto direto no setor bancário, já que institui??es financeiras podem ser afetadas por medidas previstas na Lei Magnitsky. Nesta quarta-feira, as a??es dos bancos voltaram a cair (veja mais abaixo).

?? Ainda no cenário local, a produ??o industrial registrou uma queda de 0,2% em julho, na compara??o com o mês anterior.

?? Nos EUA, investidores avaliam o relatório Jolts, que apontou queda de 176 mil nas vagas em aberto e leve alta nas contrata??es (41 mil) e demiss?es (12 mil) em julho. O resultado refor?ou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, inicie o corte de juros neste mês.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

??Dólar

Acumulado da semana: +0,56%;Acumulado do mês: +0,56%; Acumulado do ano: -11,77%.

??Ibovespa

Acumulado da semana: -1,10%;Acumulado do mês: -1,10%; Acumulado do ano: +16,28%.

2o dia do julgamento de Bolsonaro

Nesta quarta-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade ao julgamento da denúncia realizada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, por tentativa de golpe de Estado em 2023.

S?o julgados o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus do chamado núcleo 1, ou crucial, que reúne aqueles que s?o considerados os principais integrantes da suposta organiza??o criminosa denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

S?o eles:

os ex-ministros Anderson Torres (Justi?a), Augusto Heleno (Gabinete de Seguran?a Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa);Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); eMauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Segundo o analista Alison Correia, cofundador da Dom Investimentos, permanece a apreens?o em rela??o a uma possível retalia??o de Donald Trump. "A senten?a está por vir, o grande ponto é em qual magnitude vai vir", afirmou.

?? Trump citou o caso de Bolsonaro para impor tarifa comercial de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA e o governo norte-americano tomou medidas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF — que é relator do processo contra o ex-presidente.

Tanto no preg?o de ontem quanto nesta quarta-feira, as a??es do setor financeiro fecharam em queda generalizada.

Veja as cota??es desta quarta:

Banco do Brasil (BBAS3): -0,69%Bradesco (BBDC4): -0,06%BTG Pactual (BPAC11): -0,45%Itaú (ITUB4): -0,87%Santander (SANB11): -0,07%

Produ??o industrial no Brasil

A indústria brasileira voltou a perder for?a no início do terceiro trimestre. Segundo o indicador divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produ??o industrial recuou 0,2% em julho em rela??o ao mês anterior.

O movimento de queda do setor veio em um momento marcado pela política monetária mais restritiva (juros elevados) e pela guerra comercial dos EUA.

Na compara??o com o mesmo mês do ano anterior, houve avan?o de 0,2% da produ??o. Com esses resultados, o setor está 15,3% abaixo do nível recorde alcan?ado em maio de 2011.

Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo de 0,2% na compara??o mensal e de ganho de 0,3% na anual.

Para a analista Sara Paix?o, da InvestSmart XP, os números n?o mudam as perspectivas de que o Banco Central deve manter a Selic em 15% na reuni?o do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês, mas fortalece a tese de que o início do ciclo de corte de juros pode come?ar no início de 2026.

"Para consolidar essa proje??o é necessário acompanhar os dados de infla??o e atividade econ?mica que ser?o divulgados nos próximos meses", acrescentou.

A indústria brasileira vem mostrando dificuldades para deslanchar este ano, diante de um cenário de política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 15% agravado agora pela política comercial dos EUA, com taxas de 50% sobre os produtos brasileiros que entraram em vigor em agosto.

Relatório Jolts

Nos EUA, as vagas em aberto — um indicador da demanda por trabalhadores — caíram em 176 mil, para 7,181 milh?es no último dia de julho, segundo a pesquisa Jolts divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento do Trabalho. A expectativa de economistas era de 7,378 milh?es de postos n?o preenchidos.

As contrata??es subiram 41 mil em julho, totalizando 5,308 milh?es. As demiss?es também aumentaram, em 12 mil, chegando a 1,808 milh?o. Economistas apontam que o mercado de trabalho perdeu ritmo, influenciado pelas tarifas do presidente Donald Trump e pela redu??o na oferta de m?o de obra, causada pela política de imigra??o do governo.

?? Os dados refor?am as apostas de um corte na taxa de juros, com os investidores precificando uma chance de 95,6% de um corte nos juros em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Antes do Jolts, eram quase 92%.

Segundo pesquisa da Reuters com economistas, o relatório de emprego do governo, previsto para sexta-feira, deve indicar a cria??o de 75 mil vagas fora do setor agrícola em agosto, após apenas 3 mil em julho.

A média dos últimos três meses foi de 35 mil empregos por mês, bem abaixo dos 123 mil registrados no mesmo período de 2024.

A previs?o é de que a taxa de desemprego suba de 4,2% em julho para 4,3%.

No mês passado, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou um possível corte na taxa de juros na reuni?o marcada para 16 e 17 de setembro, ao reconhecer os riscos crescentes ao mercado de trabalho. Ele também alertou que a infla??o segue como uma preocupa??o.

Bolsas globais

Nos EUA, os três principais índices de Wall Street fecharam mistos.

Nasdaq e S&P 500 subiram, impulsionados pelos papéis da Alphabet — após um juiz norte-americano decidir contra uma cis?o da controladora do Google — e com investidores otimistas em rela??o a um possível corte de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central do país). O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, fechou em queda.

Já os mercados europeus fecharam em alta, recuperando parte das perdas da sess?o anterior. O movimento é uma resposta ao alívio nas preocupa??es fiscais que haviam pressionado os juros dos títulos públicos em países como Reino Unido, Alemanha e Fran?a. Além disso, investidores seguem atentos às incertezas sobre tarifas comerciais dos EUA.

Os principais índices da Europa registram ganhos: o Stoxx 600 subiu 0,65%, o DAX da Alemanha avan?a 0,80%, o FTSE 100 do Reino Unido teve alta de 0,67%, o CAC 40 da Fran?a avan?ou 0,86% e o FTSE MIB da Itália registrou valoriza??o de 0,14%.

Na ásia, as bolsas tiveram desempenho misto. Na China, as a??es caíram com for?a após o desfile militar, especialmente no setor de defesa, já que investidores aproveitaram para vender papéis e garantir lucros. Esse movimento levou o índice de Xangai à maior queda diária em uma semana.

No fechamento, o índice de Xangai caiu 1,16%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 0,68%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,60%. Já em Tóquio, o Nikkei teve queda de 0,88%. Por outro lado, houve alta em Seul (+0,38%) e Taiwan (+0,35%).

1 de 1 Notas de dólar. — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters

*Com informa??es da agência de notícias Reuters