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é #FAKE que mistura de alecrim, folhas de goiaba, cravo, canela e óleo de rícino combate calvície e faz cabelo crescer

1 de 3 é #FAKE que mistura de alecrim,éFAKEquemisturadealecrimfolhasdegoiabacravocanelaeóleoderícinocombatecalvídash roulette folhas de goiaba, cravo, canela e óleo de rícino faz o cabelo crescer — Foto: Reprodu??o

Circula nas redes sociais uma mensagem que diz ser possível combater a calvície e fazer o cabelo crescer aplicando uma mistura de alecrim, folhas de goiaba, cravo, canela e óleo de rícino. é #FAKE.

2 de 3 — Foto: g1

Veja, abaixo, respostas a estas 3 perguntas:

Como é a publica??o falsa? Por que isso é mentira? Quais s?o as causas e os tratamentos?

?? Como é a publica??o falsa?

Publicado em maio no TikTok, onde passou de 9 milh?es de visualiza??es, o vídeo mostra um homem dizendo que uma "receita" feita com alecrim, folhas de goiaba, cravo e canela faria o cabelo "crescer igual mato" e evitaria queda capilar. O preparo envolve ferver os ingredientes em água, abafar, coar e acrescentar óleo de rícino, antes de colocar em borrifador. O conteúdo fake diz que a "aplica??o" deve ser feita no couro cabeludo e à noite, três vezes por semana e com "massagem" local. Além disso, a pessoa precisa dormir com a mistura na cabe?a.

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?? Por que isso é mentira?

O Fato ou Fake mostrou o conteúdo viral a especialistas na área, entre eles dois cirurgi?es capilares. Todos afirmaram que n?o existe comprova??o científica de que essa mistura funcione e seja segura. Pelo contrário: argumentam que, além de ser ineficiente, a prática pode causar danos à saúde. Também listam os tratamentos adequados para a queda de cabelo – e nenhum prevê o que está mencionado no vídeo mentiroso (leia mais abaixo).

"O segredo está em diagnóstico correto e tratamento individualizado, mas n?o em receitas milagrosas. Receitas caseiras podem até parecer inofensivas, mas n?o tratam as causas reais da queda capilar. Na melhor das hipóteses, funcionam como hidratantes; na pior, causam irrita??es e atrasam o início de terapias eficazes. Cabelo caindo em excesso n?o se resolve com cravo ou canela: resolve-se com ciência, diagnóstico e tratamento direcionado",explica Alberto Correia, cardiologista e cirurgi?o capilar.

Médicos entrevistados afirmam que, segundo estudos preliminares, o alecrim pode ter certo efeito anti-inflamatório e de estímulo local. A composi??o de folhas de goiaba, cravo e canela contém compostos antioxidantes e antimicrobianos. No entanto, n?o existe comprova??o de impacto efetivo no ciclo de crescimento dos fios. E óleo de rícino hidrata e pode melhorar a aparência dos cabelos, mas n?o aumenta a quantidade de fios ou velocidade de crescimento.

Quanto ao risco, alecrim, cravo e canela podem causar dermatite de contato, sobretudo em quem tem couro cabeludo sensível. O óleo de rícino pode obstruir poros e, se usado em excesso, causar coceira ou irrita??o. Pessoas com dermatite seborreica, psoríase ou couro cabeludo sensibilizado devem ter cuidado redobrado, já que esses "ingredientes" podem agravar a inflama??o local.

Além disso, dormir com eles no couro cabelo n?o é seguro. Deixar substancias vegetais fermentando no couro cabeludo por horas pode favorecer irrita??es, alergias e até infec??es fúngicas ou bacterianas. A indica??o, no caso de cosméticos de uso local, é aplicar por períodos controlados, com produtos testados dermatologicamente.

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?? Quais s?o as causas e os tratamentos?

Os médicos entrevistados pelo Fato ou Fake foram: Alberto Correia, cardiologista e cirurgi?o capilar, com pós-gradua??o em tricologia e transplante capilar. Cofundador e CEO do Instituto Salutis, em Salvador; Tatiana Tournieux, cirurgi? plástica capilar, especializada também em otoplastia (cirurgia nas orelhas) e blefaroplastia (nas pálpebras); e Rebecca Atman, dermatologista e tricologista, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC).

Segundo eles, entre as principais causas, est?o as seguintes:

Alopecia androgenética (calvície hereditária) – mais frequente em homens, mas também pode afetar mulheres.Eflúvio telógeno – queda difusa que surge geralmente dois ou três meses após situa??es de estresse físico ou emocional, cirurgias, doen?as ou deficiências nutricionais.Alopecia areata – condi??o autoimune caracterizada por áreas localizadas de perda de cabelo;Tinea capitis – infec??o fúngica do couro cabeludo, mais comum em crian?as.Tricotilomania – distúrbio psiquiátrico de arrancamento compulsivo dos fios.Alopecias cicatriciais – grupo de doen?as que destroem o folículo, como líquen plano pilar, alopecia fibrosante frontal e lúpus discoide.Além dessas, os médicos destacam ainda fatores hormonais (tireoidianos, ovarianos ou testiculares), nutricionais (deficiências de ferro, zinco, vitamina D, entre outros), infecciosos e medicamentosos como gatilhos importantes para a queda capilar.

E os tratamentos com comprova??o científica incluem:

Minoxidil (tópico e oral em baixa dose).Finasterida (oral).Dutasterida (oral).Suplementa??o (ferro, vitamina D, zinco, biotina, entre outros, quando há deficiência comprovada).Terapias físicas – laser de baixa intensidade (LLLT) e microagulhamento;Transplante capilar (em casos selecionados).

?? Alberto Correia afirmou que n?o existe comprova??o científica de que essa combina??o caseira estimule o crescimento capilar de forma significativa ou reverta quadros de queda. Para ele, trata-se de uma mistura com potencial cosmético e aromático, mas sem eficácia comprovada contra a queda.

O médico alerta que existe risco, sobretudo no uso frequente e sem orienta??o: "Apesar de [os compoentes na 'receita'] serem naturais, isso n?o significa que sejam inofensivos".

?? Tatiana Tournieux afirma que, embora o alecrim tenha respaldo científico emergente para uso tópico em alopecia, n?o há evidências de alta qualidade que sustentem o uso combinado de alecrim, folhas de goiaba, cravo, canela e óleo de rícino para estimular significativamente o crescimento capilar ou combater a queda.

Também pondera que a técnica de aplicar t?nico capilar em couro cabeludo limpo e seco, seguida de massagem e permanência do produto durante a noite, é prática comum em diversos contextos cosméticos e terapêuticos. No entanto, a seguran?a e a recomenda??o dessa abordagem dependem da composi??o do t?nico utilizado e do perfil do paciente.

De acordo com ela, o uso contínuo de ingredientes naturais como alecrim, folhas de goiaba, cravo, canela e óleo de rícino no couro cabeludo pode apresentar riscos, especialmente em indivíduos com pele sensível ou condi??es dermatológicas pré-existentes.

A médica explica que embora sejam considerados naturais, esses ingredientes podem apresentar algum risco (ainda n?o calculado) de irrita??o, sensibiliza??o e rea??es alérgicas, especialmente em indivíduos com pele sensível ou doen?as dermatológicas.

??Rebecca Atman diz que todos esses "ingredientes", separadamente, têm o poder de ativar a microcircula??o do couro cabeludo. Porém, se [a pessoa] tem algum tipo de alopecia patológica, só isso n?o vai adiantar.

"Esses produtos s?o macromoléculas. Ent?o, colocá-los diretamente no couro cabeludo n?o vai ajudar em nada, porque eles n?o têm o tamanho de molécula suficiente para penetrar até o folículo piloso", diz.

A médica afirma que, da maneira que foi descrito no vídeo, os ingredientes n?o têm a capacidade de trazer resultado efetivo: "Quando eles s?o micro, nanoparticulados, aí, sim, pode ser que tenha efeito. Mas ativando a microcircula??o, fazendo uma vasodilata??o e promovendo a maior nutri??o do folículo".

Ela aponta risco de queimadura local, principalmente se for algum ativo com essa capacidade: "Pode ter efeito também de oclus?o folicular. Dependendo do tipo de ativo, pode fazer uma mistura t?o espessa, que pode até piorar essa queda capilar".

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