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Moradores de regi?es impactadas pelo rompimento em Brumadinho ampliam alternativas de renda

1 de 3 Com o apoio do barulho de cassinoprojeto, o grupo Feito por Nós desenvolveu um cardápio com 51 produtos e aumentou sua renda em mais de 1.300% — Foto: Divulga??o / Instituto Kairós

Gerar oportunidades de renda e emprego é um caminho para melhorar a vida das pessoas. Essa é uma das linhas de atua??o da Vale para reparar e compensar os danos causados às popula??es impactadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Desde 2019, a empresa investiu cerca de R$ 55 milh?es em projetos de fomento econ?mico, que resultaram em cerca de 2 mil pessoas capacitadas, além de 175 empreendimentos e 108 organiza??es sociais apoiados por meio de mentorias, qualifica??o e financiamento.

“Entendemos que na medida em que os moradores se capacitam, poder?o gerar mais negócios, renda para suas famílias e ampliar o mercado de trabalho de suas comunidades", analisa Flávia Soares, gerente de fomento econ?mico da diretoria de repara??o da Vale.

Para a gestora, ao fomentar potenciais locais, apoiar o empreendedorismo e fortalecer a m?o de obra, a Vale contribui para a diversifica??o da economia local.

Os projetos de capacita??o e apoio ao empreendedorismo têm transformado a vida de pessoas como Josefa Josenilda Coelho, moradora de Córrego do Feij?o, em Brumadinho, e participante do projeto Fomento ao Empreendedorismo Social Comunitário.

Ela, que já havia feito cursos de artesanato, retomou sua atividade produtiva ao entrar para o projeto há dois anos. As oficinas promovidas pela Vale e executadas em parceria com o Instituto Kairós foram o come?o de uma grande mudan?a. Além de aprender novas técnicas produtivas, Josefa ganhou motiva??o para colocar a vida em movimento. Hoje, ao lado de outras nove mulheres, é responsável pelo coletivo Aromas da Serra, que oferece produtos aromáticos artesanais e de saboaria natural.

“Aprendi a fazer sabonetes, escalda pés, sachês, sais de banho, incensos, tudo de modo natural e aproveitando produtos, insumos e ervas dos próprios quintais da comunidade”, conta.

Assim como Josefa, outros 129 moradores tiveram a oportunidade de participar das atividades de capacita??o, incuba??o e assessoria realizadas pelo Instituto Kairós. Trinta e um empreendedores de seis negócios locais já concluíram o processo de incuba??o.

Atualmente, quatro negócios coletivos est?o sendo impulsionados com a cria??o de espa?os e estratégias de comercializa??o capazes de manter suas atividades produtivas em andamento. Para atender a demandas estruturais e dar f?lego aos microempreendedores, foram investidos quase R$ 300 mil em capital semente.

“Pelo projeto, nós participamos do edital de microprojetos e recebemos verba para investir na compra de equipamentos”, completa a moradora de Brumadinho.

Outro negócio local de empreendedorismo feminino, o grupo Feito Por Nós comercializa produtos de padaria e confeitaria artesanal em espa?os próprios e em estabelecimentos comerciais de Brumadinho. Com o apoio recebido, as integrantes desenvolveram um cardápio com 51 itens, melhoraram suas vendas e alcan?aram uma evolu??o de renda de mais de 1.300%, desde o início do projeto.

Ainda em Córrego do Feij?o, a produ??o agroecológica de 15 famílias resultou na renda e comercializa??o de 25 toneladas de alimentos para a campanha Quitanda Solidária, do Instituto Kairós - sem contar produ??es direcionadas às feiras, deliverys e vendas individualizadas de cada produtor. Desde 2021, a Rede de Quintais Produtivos contabilizou um aumento de renda de quase 400%.

Negócios estruturados e aumento do faturamento

2 de 3 Carola Machado, do Empório 77 Bistr?, aumentou o faturamento em quase 1000% e contratou cinco novos funcionários — Foto: Larissa Pedrosa

Em Itabirito (MG), município que teve comunidades realocadas em decorrência do aumento do nível de emergência da barragem Forquilhas III, a iniciativa para impulsionar o desenvolvimento econ?mico foi batizada de Projeto de Desenvolvimento Territorial e Transforma??o Social. Carola Machado, do Empório 77 Bistr?, viu o faturamento aumentar após aplicar tudo que aprendeu com a iniciativa, realizada pela Vale e pela empresa Raízes Desenvolvimento Sustentável.

“Esse projeto deixa um legado gigante em nossas vidas e na cidade. Continuaremos levando para o mundo todo o aprendizado e devolveremos em dobro tudo o que recebemos”, afirma a empreendedora, que aumentou o faturamento em quase 1000% e contratou cinco novos funcionários para o seu negócio.

Desde o início da jornada, concluída em junho passado após 30 meses, foram 400 horas de forma??o, 315 horas de mentoria, quatro seminários, 10 palestras, cinco participa??es em feiras e 23 especialistas envolvidos.

Além de formar e qualificar 31 empreendedores e 14 associa??es locais ligadas à economia criativa, a iniciativa selecionou 14 empreendimentos para a fase de incuba??o, todos beneficiados com aportes financeiros de até R$ 15 mil, além de assessoria individual.

“A incuba??o foi a etapa em que os empreendedores tiveram a oportunidade de entender como funcionam os negócios de sucesso de seus setores, melhorar seus produtos do ponto de vista de marketing e comunica??o e atrair potenciais clientes”, explica Flávia Soares.

Estímulo a solu??es inovadoras

3 de 3 Matheus Araújo criou um aplicativo que conecta empresas a profissionais do ramo do delivery — Foto: Arquivo pessoal

O Projeto Horizonte, em parceria com a Semente Negócios, concluiu suas a??es em novembro deste ano com 800 empreendedores capacitados, 40 negócios acelerados, um aumento de faturamento médio de 116 % e mais de R$ 1,9 milh?o investidos em capital semente.

Lan?ada em mar?o de 2021 nos municípios de Bar?o de Cocais, Santa Bárbara, Itabirito, Ouro Preto e Nova Lima, a iniciativa ajudou empreendedores locais a tirarem suas ideias do papel e darem forma a novos empreendimentos. S?o negócios nas áreas de turismo, gastronomia, artesanato, agroecologia, educa??o, lazer e esportes que têm em comum o fato de explorarem as potencialidades locais por meio de solu??es inovadoras.

Matheus Araújo, de Itabirito, é um dos empreendedores apoiados. Ele desenvolveu um aplicativo para conectar empresas que desejam oferecer o servi?o de delivery a profissionais que já atuam ou querem atuar nessa área.

“Acho que se n?o fosse o Projeto Horizonte, a gente nem existiria mais. Quando come?amos, éramos leigos. Assim que abrimos a Partum, recebemos a informa??o sobre o projeto e nos cadastramos. Desde ent?o, caminhamos juntos e, com a ajuda das consultorias, fomos aprendendo a tomar decis?es para tornar o nosso negócio sustentável”, conta Araújo.