Anvisa aprova primeiro tratamento direcionado para cancer de ovário resistente à quimioterapia no Brasil
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16 Sep 2025(atualizado 16/09/2025 às 00h46)A Agência Nacional de Vigilancia Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do mirvetuximabe soravtansina – de
Anvisa aprova primeiro tratamento direcionado para cancer de ovário resistente à quimioterapia no Brasil
A Agência Nacional de Vigilancia Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do ancerdeovárioresistenteàdesenho roleta bingomirvetuximabe soravtansina – de nome comercial Elahere.
é o primeiro tratamento voltado a pacientes com cancer de ovário que n?o respondem mais à quimioterapia padr?o à base de platina e que apresentam um marcador específico chamado receptor de folato alfa (FRα).
Segundo estudo conduzido pela farmacêutica AbbVie e publicado no New England Journal of Medicine, essa é a primeira terapia a demonstrar benefício em sobrevida global em compara??o à quimioterapia em ensaios de fase 3 para esse grupo de pacientes.
A aprova??o se baseia no estudo clínico que envolveu mais de 450 pacientes. O ensaio mostrou que o novo medicamento reduziu em 35% o risco de progress?o da doen?a em compara??o à quimioterapia convencional.
1 de 1 Imagem de aparelho de ultrassom mostra ovário com tumor — Foto: Cancer Genome Atlas/NIH
A Agência Nacional de Vigilancia Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do mirvetuximabe soravtansina – de nome comercial Elahere. é o primeiro tratamento voltado a pacientes com cancer de ovário que n?o respondem mais à quimioterapia padr?o à base de platina e que apresentam um marcador específico chamado receptor de folato alfa (FRα). A decis?o foi anunciada na segunda-feira (1o).
O medicamento é um conjugado anticorpo-fármaco (ADC) que combina um anticorpo voltado ao receptor FRα com uma carga quimioterápica capaz de destruir células tumorais, poupando a maior parte das células saudáveis.
g1 traduz
“Resistente à platina” significa que o cancer voltou em até seis meses após o fim da quimioterapia baseada nesse tipo de droga, tornando o tratamento menos eficaz.Já “FRα positivo” indica que as células tumorais apresentam uma proteína chamada receptor de folato alfa, usada como alvo pelo novo medicamento. Estima-se que cerca de um ter?o das pacientes com cancer de ovário tenham tumores com essa característica.
Segundo estudo conduzido pela farmacêutica AbbVie e publicado no New England Journal of Medicine, essa é a primeira terapia a demonstrar benefício em sobrevida global em compara??o à quimioterapia em ensaios de fase 3 para esse grupo de pacientes.
Resultados dos estudos
A aprova??o se baseia no estudo clínico que envolveu mais de 450 pacientes. O ensaio mostrou que o novo medicamento reduziu em 35% o risco de progress?o da doen?a em compara??o à quimioterapia convencional.
Também houve ganho em sobrevida global: pacientes que receberam o tratamento viveram, em média, 16,5 meses, contra 12,7 meses do grupo de quimioterapia. Além disso, a taxa de resposta objetiva (redu??o do tumor) foi de 42%, contra 16% no grupo de compara??o.
Os dados foram apresentados no congresso internacional de oncologia da ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica).
Importancia do biomarcador
O uso do medicamento depende de exame de imuno-histoquímica, já disponível em laboratórios brasileiros, que identifica quais pacientes têm tumores com alta express?o do receptor FRα.
“é fundamental testar o status do FRα para definir quem pode se beneficiar do tratamento”, destaca a oncologista americana Kathleen Moore, que coordenou parte do estudo.
Disponibilidade no Brasil
O cancer de ovário é uma das principais causas de morte por cancer ginecológico no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional de Cancer (INCA) estima cerca de 7,3 mil novos casos por ano. A doen?a costuma ser diagnosticada em estágio avan?ado e tende a reaparecer após o tratamento inicial.
Com a aprova??o da Anvisa, o Elahere passa a integrar o arsenal terapêutico disponível no país. Ainda n?o há defini??o sobre a inclus?o no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ou no Sistema único de Saúde (SUS).
Nos Estados Unidos e na Europa, o medicamento já havia sido autorizado em 2024. No Brasil, a libera??o é vista como um avan?o, já que há mais de oito anos n?o surgia uma nova op??o para pacientes com cancer de ovário resistente à platina.
'Medicamento pode mudar o cenário do cancer de ovário'
Para a oncologista Graziela Dal Molin, vice-presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) e diretora do International Gynecological Cancer Society (IGCS), a aprova??o representa um marco inédito:
“Esse medicamento é inovador, faz parte da classe dos ADCs, um novo tipo de quimioterapia mais eficaz porque atua em receptores específicos do cancer. Isso garante maior eficácia com menos efeitos colaterais em compara??o à quimioterapia tradicional. Pela primeira vez em mais de 20 anos, vimos um desfecho positivo em sobrevida global nesse cenário”, explica.
Segundo ela, o mirvetuximabe foi avaliado em pacientes com tumores em estágio avan?ado, quando as op??es terapêuticas s?o escassas.
“Comparado à quimioterapia convencional, o fármaco aumentou em mais de três vezes a taxa de redu??o das les?es tumorais. Apesar de n?o ser curativo —é paliativo—, proporciona redu??o dos tumores, menos sintomas, mais qualidade de vida e prolonga a sobrevida”, afirma.
Graziela refor?a que o cancer de ovário é o mais letal dos tumores ginecológicos, muitas vezes por ser diagnosticado tardiamente, já que n?o há exames de rastreamento eficazes como o Papanicolau ou a mamografia.
“A medica??o n?o é indicada para todas, mas sim para as pacientes cujo tumor apresenta o receptor de folato alfa. O teste é feito no material da biópsia e, quando positivo, o medicamento se mostra eficaz em cerca de 40% dos casos”, conclui.
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